domingo, 21 de julho de 2013

Por que os homens heterossexuais adoram os seios? Cientista diz ter resposta!



Jornal Ciência

TAMARA LOPEZ


Durante muito tempo, as nádegas femininas eram tidas como a “paixão nacional”, e recebia por isso enorme atenção.

Entretanto, com o passar dos anos, outra porção anatômica feminina tem ganhado muito destaque.

Embora haja grande influência da cultura e estética norte-americana, as mulheres brasileiras passaram a valorizar e a mostrar em diferentes estilos de decotes os seus seios. Graças ao nosso favorecido clima tropical, essa exposição torna-se tão natural que já não é vista de forma vulgar. Na praia, na piscina e até mesmo nas ruas, os decotes e transparências evidenciaram os seios tornando-os uma arma de sedução feminina.

Aquelas que nasceram desprovidas deste atributo avantajado podem recorrer à cirurgia plástica. Tal alternativa é, na verdade, uma aposta tão certeira, que não é a toa que o Brasil ocupa atualmente o segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas estéticas. O país, com mais de 900 mil procedimentos no ano de 2011, ficou atrás apenas dos Estados Unidos, que realizou exatas 1.094.146 cirurgias no mesmo ano que foi feita a pesquisa. Os dados são da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) junto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), que listou os dez países com maior número de cirurgias plásticas do mundo.

E entre os procedimentos mais solicitados no Brasil, o aumento de mamas é a segunda cirurgia plástica mais requisitada, representando o número de 148.962 intervenções, perdendo apenas para a lipoaspiração com 211.108 cirurgias. Para se ter uma ideia de como a preferência nacional está mesmo deixando de ser o bumbum, a cirurgia de colocação de prótese nos glúteos, a gluteoplastia, não entrou no ranking das mais realizadas, embora sejam feitas várias intervenções desse tipo todos os anos.

Os dados podem revelar em números a nova preferência e investimentos das mulheres nesta área, mas não consegue explicar porque os homens heterossexuais gostam, pensam, falam e reparam tanto nos seios femininos. Os cientistas nunca conseguiram formular uma teoria plausível que desse conta de explicar essa curiosa fixação masculina, entretanto, um neurocientista diz ter a chave para essa questão e ainda declara que é a única resposta que faz sentido.

Amor maternal x sexualidade humana

O professor de psiquiatria da Universidade de Emory na Georgia, EUA, Larry Young, tem como foco de pesquisa as bases neurológicas que impulsionam os comportamentos sociais complexos, e acredita que a evolução humana pode ter aproveitado um antigo circuito neural que evoluiu, a princípio, para fortalecer o vínculo mamãe e bebê, durante a amamentação, e que agora esse mesmo circuito neural serviria para fortalecer o vínculo entre os casais também. O que se poderia esperar disso? Os homens, assim como os bebês, amam seios.

Quando os mamilos de uma mulher são estimulados através da amamentação de seu bebê, um elemento químico conhecido como “droga do amor”, a oxitocina, preenche o cérebro da mãe e a faz focar a sua atenção e carinho ao bebê. Ao longo dos anos, de acordo com a pesquisa, este circuito não está sendo reservado apenas para agir quando os lactantes fazem contato com o peito materno.

Recentemente, estudos comprovaram que a estimulação do mamilo aumenta a excitação sexual, em boa parte das mulheres, e isso ativa as mesmas áreas do cérebro, como a estimulação vaginal e clitoriana. Quando o parceiro sexual toca e massageia os seios de uma mulher, de acordo com Young, ele consegue provocar a ativação e liberação de oxitocina no cérebro feminino, sendo esta a mesma substância liberada quando ela amamenta o seu bebê. No entanto, neste contexto, a oxitocina faz a mulher concentrar a sua atenção no parceiro sexual, reforçando o desejo de se relacionar com aquela pessoa.

Sendo assim, os homens tornam-se mais desejáveis aos olhos das mulheres quando estimulam os seios delas durante as preliminares e do ato sexual. A atração para os seios passa então a ser um efeito inevitável, organizado pelo cérebro masculino quando ele passa pela puberdade.

De acordo com Young: “A evolução selecionou e manteve esta organização cerebral nos homens, que os torna atraídos para os seios em um contexto sexual, porque o resultado é que ele ativa o circuito de ligação do sexo feminino, fazendo com que as mulheres sintam-se ligadas a ele. É um comportamento que os homens evoluíram no intuito de estimular os circuitos de ligação materna da fêmea”.

Há controvérsias!

O antropólogo Fran Mascia-Lees, da RutgersUniversity, EUA, é partidário da ideia do papel evolutivo dos seios, e disse que uma das preocupações e possível falha no estudo de Young é que nem todos os homens são atraídos pelos seios, e que isso é uma questão de base cultural. Em um e-mail, Mascia-Lees escreve que em algumas culturas africanas, por exemplo, as mulheres não andam com os seios cobertos, e os homens não são em nenhum momento flagrados se excitando por conta disso, é algo tão natural que passa despercebido.

A resposta de Young a essa questão levantada por Mascia-Lees, é que só porque os seios não são cobertos nestas culturas “não significa que massageando-os e estimulando-os não é um ato que faça parte das preliminares desta cultura. Até o momento, não há muitos estudos que analisam (a estimulação da mama durante as preliminares) em um contexto antropológico”.

Young ainda relaciona a sua teoria de amor materno e outros aspectos neurológicos da sexualidade humana em um novo livro intitulado: “The Chemistry Between Us” (A química entre nós).



Fonte: LiveScience Fonte: Reprodução / Minilua

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